Bioarquitetura: o que é e como aplicar nos projetos
Atualmente, em pautas e projetos, a preocupação com o meio ambiente aumenta cada vez mais, principalmente na hora de construir. Por isso, a bioarquitetura é um estilo que vem sendo adotado em diversos tipos de construções mais recentes.
Além de ser um trabalho lindo, a bioarquitetura também consegue causar um impacto menor no ecossistema. Conheça a bioarquitetura, seu conceito, características e sua real importância na nossa vida atualmente.
Qual o conceito de bioarquitetura?
O principal objetivo da bioarquitetura é conseguir construir com beleza, conforto e funcionalidade, sem deixar de lado a forma integrada e a harmonia com o ecossistema ao redor. Uma das principais características, é o fato de que as construções se parecem com os ambientes naturais onde estão localizadas.
Além do visual, a bioarquitetura tem outras características importantes que também precisam ser mencionadas.
Diretrizes e características da bioarquitetura
A bioarquitetura tem diversas características possíveis de observar nas construções. Normalmente, todas elas estão em conjunto, mas isso não quer dizer que todas estão presentes na mesma obra obrigatoriamente.
Conforto térmico
Só pelo nome já dá para saber do que se trata. O conforto térmico é o estado mais confortável em questões de temperatura. Nele, a pessoa não sente calor e nem frio e por isso acaba sendo um estado de total bem-estar não só físico, mas também mental.
Por isso, o conforto térmico é fundamental nas construções, embora no Brasil essa ainda não seja uma preocupação recorrente na hora de construir ou projetar.
Na bioarquitetura, o conforto térmico é uma das características mais marcantes já que além de garantir uma boa experiência de temperatura, também diminui o consumo causado pela climatização artificial.
Nesse tipo de construção, diversos artifícios podem ser usados para proporcionar um conforto térmico às pessoas: escolha do local, materiais utilizados e até mesmo vegetação ao redor, que consegue proporcionar sombra e umidade a qualquer tipo de ambiente.
Iluminação
A autossustentabilidade também é importante na bioarquitetura, por isso são inseridos sistemas de iluminação natural. Isso não necessariamente significa algum custo extra no projeto, já que o sistema pode ser obtido através de algumas soluções práticas.
A posição e tamanho das janelas, por exemplo, são fundamentais para aproveitar o máximo de iluminação natural.
Para escolher a melhor maneira de trazer a luz natural para o interior do ambiente, alguns pontos são avaliados, como a posição em que o sol nasce e se põe e a localização do terreno.
Alguns materiais que também podem ser utilizados para proporcionar a iluminação natural, como o vidro, devem ser usados com cautela. Isso porque, ao mesmo tempo que proporciona benefícios como a luz natural, ele também pode ocasionar aumento de temperatura no interior da casa.
Por isso, até mesmo para escolher o tipo de material, é preciso ter cuidado e atenção com os efeitos não só visuais, mas também físicos que eles podem causar.
Ventilação
Na bioarquitetura, o sistema de ventilação natural também é super valorizado, ele consegue renovar de forma constante a circulação de ar no ambiente, além de deixar o interior mais confortável. Além disso, um dos principais pontos positivos desse tipo de ventilação, é diminuir o gasto com energia, já que aparelhos como ar condicionado, aquecedor e ventilador não são utilizados.
Uma das técnicas de ventilação mais usadas na bioarquitetura é a ventilação cruzada. Como o próprio nome já diz, nesse tipo de ventilação portas, janelas ou aberturas em geral são posicionadas em paredes opostas, fazendo com que a circulação de ar seja feita de maneira constante.
Só não é tão simples quanto parece. Para que essa construção seja feita corretamente e de forma funcional, é preciso avaliar características do vento, como a direção, frequência e até mesmo a velocidade.
Materiais locais
A preocupação na bioarquitetura também é diminuir o transporte de materiais para que a queima de combustível também seja reduzida, causando menos impacto ao meio ambiente. Por isso, utilizar materiais locais também é uma das características mais marcantes do movimento.
Alguns dos materiais utilizados nesse tipo de construção são:
Terra
A terra proporciona um impacto mínimo ao meio ambiente e ainda pode ser utilizada para construir alguns tipos de parede como a de taipa, ajudando a controlar o calor e a umidade do ambiente.
Pedra
As pedras também são muito usadas para a construção de diversas partes da obra, como muros, paredes e até mesmo apoio para a fundação da construção.
Palha
Esse é um tipo de material extremamente versátil, que pode ser usado para construir diversos tipos de telhados ou ainda aumentar a resistência de outros materiais utilizados para construção de coberturas. Em alguns casos, também funciona para compor estruturas como paredes.
Madeira
Sem dúvidas é um dos materiais mais utilizados na bioarquitetura. Porém, sua escolha deve ser feita com cuidado, optando pelas madeiras de demolição ou que sejam retiradas do ambiente com o manejo sustentável.
De qualquer outra forma, ao invés de contribuir para o meio ambiente você estará fazendo o extremo oposto, apoiando empresas que desmatam florestas em prol do ganho próprio.
A importância da bioarquitetura
A construção de prédios e residências causa um impacto grande e irreversível ao meio ambiente. Por conta disso, a bioarquitetura tem grande importância por construir de maneira mais sustentável e gerar menos impacto à saúde do planeta..
Diversos aspectos utilizados na bioarquitetura como uso de recursos locais, diminuição do desperdício, a construção respeitando o ambiente e a condição climática e o descarte correto dos resíduos ajudam a diminuir o grande impacto ocasionado pela construção civil ao meio ambiente.
Por conta de todas as características da bioarquitetura, ela é extremamente importante para nossa população e meio ambiente não só atual, mas também dos próximos anos.
Projeto Bloco Verde
Outro material que vem sendo utilizado na bioarquitetura, é o chamado bloco verde. Esse material é feito utilizando resíduos de ostras e mariscos, além de reaproveitar também resíduos de construção civil, como pó de mármore, pó de vidro e até mesmo lodo de porcelanato.
O bloco verde proporciona diversas vantagens para a sua construção, como por exemplo redução de cerca de 40% do custo total da obra, maior resistência do que os blocos tradicionais, mais leveza e ainda baixa absorção de água.
Como é feito o Bloco Verde?
O bloco verde é feito com conchas e mariscos, além dos resíduos reaproveitados da construção civil serem triturados e separados de acordo com a granulometria de cada um. Depois disso, tudo é misturado em tipos de incorporações diferentes de resíduos.
Construção de casas populares
Um dos projetos em que o bloco verde vem sendo utilizado, é na construção de casas populares. Como o uso desse material conseguimos reduzir em média 30% dos gastos, além disso, hoje é possível construir cerca de 40% a mais de residências ao utilizar esse tipo de material.
Composição do novo concreto
O novo concreto também é composto por conchas e mariscos, mas nesse caso, é de forma triturada. Essa também é uma maneira de preservar o meio ambiente, já que essas conchas normalmente eram jogadas novamente ao mar, e causavam assoreamento.
Portanto, utilizar conchas e mariscos na criação do novo concreto, é fundamental para evitar diversos problemas ao meio ambiente, a saúde das pessoas e ainda ajuda a diminuir o uso de outros materiais.
Sem dúvida nenhuma, a bioarquitetura é a melhor maneira de construir pensando não só no meio ambiente, mas também na saúde das pessoas. E apesar de ainda não ser um conceito amplamente utilizado no Brasil, a tendência é que pouco a pouco esse tipo de projeto se torne mais comum e popular no país.
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